O Uso Precoce das Telas na Contemporaneidade

Uso Precoce de Telas

6/26/20252 min ler

Na sociedade contemporânea, marcada pela ubiquidade da tecnologia, a exposição de crianças pequenas a dispositivos como smartphones, tablets, computadores e televisores tornou-se prática comum. No entanto, pesquisas e instituições de saúde alertam para os riscos do uso precoce e excessivo de telas, especialmente na primeira infância.

Efeitos no Desenvolvimento Infantil

  1. Atrasos cognitivos e na linguagem
    Um estudo da Universidade de Oxford, publicado na revista Infancy, concluiu que crianças com menos de 3 anos expostas por períodos prolongados a telas apresentaram atrasos no desenvolvimento emocional e cognitivo, especialmente na capacidade de concentração e persistência em tarefas.
    Complementando, dados do Journal of Psychiatric Research mostram que crianças em idade pré-escolar que passam mais de 2 horas por dia em frente às telas têm de 1,5 a 2,4 vezes mais chances de apresentar distúrbios de linguagem ou de aprendizagem.

  2. Impacto no neurodesenvolvimento
    Pesquisa publicada na JAMA Pediatrics (agosto de 2023) acompanhou 7 097 crianças no Japão e revelou que filhos expostos a mais de quatro horas diárias de tela aos 1 ano de idade apresentaram atrasos significativos na comunicação e na resolução de problemas aos 2 e 4 anos.

  3. Déficit socioemocional e comportamental
    O uso excessivo de dispositivos reduz as oportunidades de interação direta com adultos e de brincar livre. Isso prejudica o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, autorregulação e criatividade.

Recomendações Oficiais

  • Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta evitar telas em crianças < 2 anos; de 2 a 5 anos, limitar a 1 hora diária; dos 6 aos 10 anos, até 2 horas; e, acima disso, até 3 horas, sempre com supervisão

  • A Academia Americana de Pediatria e a Organização Mundial da Saúde seguem recomendações similares, incluindo não usar telas antes de dormir e evitar seu uso durante as refeições .

Orientações Práticas para Pais e Educadores

  • Estabelecer horários e zonas livres de tecnologia, como durante as refeições e antes de dormir.

  • Supervisionar o conteúdo, priorizando formatos educativos e de ritmo mais lento.

  • Incentivar brincadeiras ativas e interação social, presenciais e ao ar livre.

  • Oferecer mediação ativa, assistindo conteúdos junto com a criança e conversando sobre eles.

Conclusão

Embora a tecnologia ofereça recursos valiosos, seu uso precoce e descontrolado pode gerar consequências negativas para o desenvolvimento infantil. A adoção de práticas conscientes — como limites de tempo, escolha de conteúdo adequado e promoção de alternativas lúdico-educacionais — é essencial para garantir o equilíbrio entre os benefícios e os riscos das telas na infância.

Fontes e Referências